O Vermelhinho de Maricá: exemplo para o transporte público camboriuense

Em 2008, o munícipio carioca de Maricá começou um processo revolucionário em sua história ao eleger o petista Washington Quaquá para prefeito. Sabemos que devido às inúmeras transformações na qual é responsável, Quaquá foi reeleito, no entanto, o ponto alto de seu governo foi em 2014 quando a prefeitura de Maricá fundou a Empresa Pública de Transportes (EPT) que na época possuia apenas dois carros e,cujo prefeito posterior, Fabiano Horta (PT), aperfeiçoou e ampliou. Hoje Maricá é exemplo mundial com seus ônibus com tarifa zero tão queridos pelo público que chegam à serem apelidados de "vermelhinhos".

Agora falaremos sobre nossa realidade. Camboriú com cerca 80 mil habitantes à menos do que Maricá, que desde meados da década de 1960 vive sob o domínio da empresa Viação Praiana que opera os carros da Praiana (Interpraias - ônibusa que circulam toda região desde Itajaí até Bombinhas) e Camboriú Transporte e Turismo - CTT (ônibus que circulam principalmente em Camboriú). Não se pode dizer que os serviços prestados pela Praiana são de boa qualidade, pois notóriamente os clientes (que são os mais humildes) pouco importam para a empresa que aumenta cada vez mais os preços das passagens, além de demorar para colocar os carros modernos para circular e a baixa quantidade de ônibus de 3 portas, articulados e com ár-condicionado. As coisas permanecem assim por que a Viação Praiana manda no transporte da cidade há quase sessenta anos sem competição, sem concorrência. Isso sem contar no desemprego causado pela demissão em massa da empresa que não lucrou durante a pandemia. Talvez Camboriú não possua o suporte necessário para a aplicação de uma empresa pública de ônibus, mas essa é uma discussão necessária e, também não estou falando do fim imediato da Praiana na cidade, mas o fato é que as coisas não podem permanecer assim e a Viação Praiana mostrou-se unicamente preocupada com o lucro financeiro, ignorando o lucro social, mas, o fato é que apenas um estado forte pensa no lucro social e é isso que precisamos.