Haddad é candidato em 2022

Não me surpreendo em nada com a notícia que recebi hoje: que Fernando Haddad será candidato em 2022 e sairá em caravana pelo país, enquanto Lula tenta reverter suas condenações. Isso já era esperado, afinal, ele mesmo se denominou "o 2° poste". Pois é, Rui Costa, Camilo Santana e Wellington Dias que foram reeleitos com mais de 70% dos votos e possuem militância própria foram preteridos em favor de um candidato sem carisma que vem de duas derrotas eleitorais seguidas, foi um prefeito rejeitado pelos paulistanos e que, enquanto ministro, beneficiou as redes de ensino privadas. Mas o que motiva um partido de esquerda socialista à apoiar um agente do capital como "novo líder" e candidato natural? É um mistério que muitos visando isentar o líder do campo popular, o ex-presidente Lula, alegam que isso seja fruto da chantagem de um suposto "PT jurídico" (da qual Haddad faz parte) que em troca da absolvição e retomada dos direitos políticos cederia sua candidatura para Haddad. Não digo que é mentira, afinal, não sei o que ocorre por debaixo dos panos, mas duvido muito que seja verdade, pois, como sabemos muito bem Lula foi um grande presidente, mas também é muito egocêntrico e não permitiria que alguém com carisma e capacidade de fazer um governo tão bom ou melhor que o seu fosse candidato; o que ocorreu em 2010 quando Dilma foi escolhida e, Ciro e Eduardo Campos (ambos do PSB) preteridos. Isso faz mais sentido já que Lula é fundador e autoridade máxima do partido junto com sua escudeira Gleisi Hoffman, presidenta do partido, que já repudiou publicamente o governador Rui Costa quando este se colocou como pré-candidato em 2019. Curiosamente, tanto a militância petista como os políticos do partido defendem a candidatura de Haddad por este já ser conhecido e ter conquistado o capital político de 47 milhões de votos. Isso é uma falácia, uma mentira, e se fosse assim o PT deveria ter lançado Dilma em 2018, já que ela possuia mais de 50 milhões de votos e era tão ou mais conhecida que o próprio Lula; outro ponto que destaco, é que os "47 milhões" (na verdade, 30 milhões) em nada ajudaram o partido no estado de São Paulo (domícilio eleitoral de Haddad e Lula - onde o partido foi fundado), pois conquistaram apenas 4 prefeituras e ficarão em 6º lugar na disputa da capital. Não está fazendo sentido! Mas tudo bem, o PT tem o total direito de lançar o candidato que quiser, o que não pode e espero que não faça (mas vão fazer) é mentir para o povo dizendo que Lula será candidato caso tenha os direitos recuperados, enquanto Haddad sai por aí tentando convencer o pessoal a aderir à uma campanha que já nasceu problemática como fizeram em 2018. Eles tem que agir com decência, sem mentiras e sem ilusão, mas com Haddad já sendo postulado como reserva, fica difícil. Mas tabém não me juntarei ao coro dizendo que já está perdido, por que se está na eleição corre-se o risco de ganhar ou perder, independente de Haddad parecer desanimado como parece, e de Bolsonaro parecer ser o favorito. Se em uma semana as coisas mudam, imagina em um ano! No momento desejo boa sorte ao Partido dos Trabalhadores, apesar das inúmeras ressalvas.